Municipio Figueira Castelo Rodrigo

CÂMARA MUNICIPAL DE FCR oferece operações gratuitas às cataratas

A Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo aprovou, esta quarta-feira, um protocolo de oftalmologia com a Fundação Álvaro Carvalho, que permitirá oferecer operações gratuitas às cataratas à população deste município da Guarda.

Segundo a autarquia, os doentes do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo com cataratas, que necessitem de intervenção cirúrgica, serão selecionados em consulta médica para serem operados gratuitamente, em colaboração com o Centro de Saúde de Figueira de Castelo Rodrigo, desde que cumpram os critérios de acesso.

O presidente da Câmara Municipal, Carlos Condesso, sublinha que uma das competências do município passa pela “promoção do bem-estar da sua população, designadamente na área da saúde”, sendo possível “operar gratuitamente até ao fim do ano cerca de 30 pessoas”.

O objetivo da medida é, assim, “aumentar a qualidade de vida dos munícipes, em particular dos mais idosos, que conseguem com esta operação ver melhorada a sua capacidade de visão, proporcionando-lhes uma vida mais autónoma”.

O autarca social-democrata realça ainda a dificuldade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “em dar respostas atempadas a esta problemática que afeta muitos idosos, nomeadamente a atual situação de rutura que existe no Hospital da Guarda na especialidade de oftalmologia”.

É “lamentável que as Câmaras se tenham de substituir cada vez mais ao SNS” na garantia da qualidade de vida das suas populações, disse Carlos Condesso, lamentando ainda o “abandono do Governo relativamente ao atual estado da saúde das populações do Interior”.

(Fonte – Notícias ao Minuto, 4.11-2021


Notícia no jornal Público sobre o estudo realizado pela FAC, juntamente com várias instituições, sobre o grau de imunidade após a infecção COVID-19

Ao fim de dez meses só 48% dos doentes ligeiros mantinham imunidade à covid-19

Esmagadora maioria dos participantes no estudo não teve sintomas ou teve apenas sintomas ligeiros da doença. Dados vão ser agora tratados em profundidade, para procurar perceber, por exemplo, se há factores que, à partida, podem interferir na capacidade de cada pessoa desenvolver anticorpos.

17 de Fevereiro de 2021, 14:52 Patrícia Carvalho

O uso de máscaras deverá manter-se para lá da pandemia, entre a população mais vulnerável, para evitar infecções respiratórias, diz Francisco Antunes Paulo Pimenta

Os resultados preliminares de um estudo promovido pela Ordem dos Médicos, e que contou com a participação de diferentes instituições, indicam que a imunidade ao SARS-CoV-2 em casos de doença ligeira ou assintomática não abrange todos os infectados e mantém-se, ao fim de dez meses, em menos de metade daqueles que desenvolveram algum tipo de anticorpos no período inicial da infecção. Os dados estão a ser tratados pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), mas já deixam lugar a alguns alertas, como aquele deixado pelo infecciologista Francisco Antunes. “Um passaporte de imunidade é de grande risco.”

O estudo envolveu 608 participantes, de Norte a Sul do país, infectados nos primeiros meses da pandemia, e que foram acompanhados nos últimos dez meses, com testes periódicos para verificar como evoluía a sua imunidade à primeira variante do SARS-CoV-2. Do grupo total de participantes, 19% eram assintomáticos e 80% tiveram sintomas, mas estes revelaram-se leves ou moderados, levando a que apenas 6% destes doentes necessitassem de internamento hospitalar, explicou o médico Álvaro Carvalho, da fundação que leva o seu nome e a quem coube apresentar os resultados preliminares do estudo. “Um quarto dos participantes não tinha anticorpos na primeira análise, e dos 76% que, à partida, tinham imunidade, alguns foram-na perdendo ao longo do estudo, da 2.ª para a 4.ª análise”, disse, acrescentando: “Dos 460 participantes que, à partida, tinham imunidade, pudemos comprovar a existência de anticorpos em 225 deles, ou 48% deste grupo, ao fim de dez meses [ou seja, 32% do total dos participantes no estudo].”

O representante da Fundação Álvaro Carvalho precisou que 103 participantes não compareceram à última análise, frisando que esta se realizou na altura de maior gravidade da pandemia, e que a intenção dos responsáveis pelo estudo é não desistir deles. “Estamos a pensar recuperar estes 103 participantes, fazendo uma nova análise em Abril, quando tiver transcorrido um ano sobre a doença, e, na mesma altura, também fazer uma 5.ª análise aos 225 que ainda mantinham a imunidade [no final desta fase do estudo], para ver se esta ainda continua”, disse.

Os dados recolhidos estão agora a ser tratados por uma equipa da UNL, para tentar encontrar respostas que vão além destas percentagens cruas. Algumas das questões em cima da mesa foram já lançadas por Francisco Antunes, que diz que se pode ter aberto “uma caixa de Pandora” com este trabalho, centrado em doentes menos graves da covid-19. “A percentagem de doentes sem imunidade ou que a perderam muito precocemente é superior à encontrada nos doentes hospitalizados. Sabemos, por outros estudos, que nos doentes hospitalizados menos de 10% apresentam-se sem imunidade, aqui, temos cerca de 25%. E sabemos que os doentes hospitalizados têm, em regra, uma imunidade mais robusta e que pode ser mais duradoura”, disse.

Por isso, defende, dever-se-ia tentar perceber se esta população de infectados (assintomáticos ou com sintomas ligeiros) está mais sujeita a reinfecções e se isto também será verdade para as novas variantes. O infecciologista também defendeu que se deve estudar melhor o peso destes doentes no desenvolvimento da pandemia e como devem ser tratados no âmbito das medidas de contenção. 

Cautela com a imunidade

A tudo isto, explicou a professora Helena Canhão, da UNL, vai procurar agora dar-se resposta na análise mais detalhada dos dados. E também a outras questões levantadas pelo estudo, como a que foi realçada por Álvaro Carvalho: “A imunidade nas pessoas acima dos 50 e 70 anos é maior do que no grupo etário dos 30 aos 50. Dúvida: será porque a doença foi menos grave no grupo etário mais baixo e as pessoas mais idosas tiveram uma doença moderada, será por isso?” “É sobre todos estes aspectos que nos estamos a debruçar. Quando a pessoa desenvolve anticorpos é preciso perceber se depende do hospedeiro, da virulência do agente ou do ambiente em si”, respondeu-lhe a investigadora da Faculdade de Ciências Médicas da UNL.

Olhando para os resultados agora obtidos e também para o que já se conhece de outros trabalhos desenvolvidos - nomeadamente que o risco de reinfecções será maior do que aquilo que se pensava inicialmente, mas que, nesses casos, a doença tende a apresentar-se de forma menos grave ou até sem sintomas -, Francisco Antunes defendeu que faz sentido, dada a escassez de vacinas no mercado, que pessoas que já tiveram a covid-19 não estejam na lista de prioridades da vacinação. Por outro lado, disse, considerar que quem já foi infectado, está, garantidamente, imune à doença, conferindo-lhe uma espécie de “passaporte de imunidade”, deve ser visto com cautela. “O passaporte de imunidade é de grande risco, há questões que devem ser levantadas. Como já se sabe que as reinfecções são mais frequentes do que o que se pensava, muito em particular com as variantes, estas pessoas têm de ter o mesmo comportamento, em relação às medidas não farmacológicas de prevenção, que as pessoas que nunca foram infectadas”, defendeu.

Máscaras além da pandemia

Ou seja, usar máscara, manter o distanciamento físico e lavar as mãos com frequência. Mais: o infecciologista defende que, mesmo após o controlo da pandemia, o uso de máscara deve ser mantido em alguns casos específicos. “Acredito que essa medida da utilização das máscaras vá persistir, particularmente nas populações mais vulneráveis e numa altura em que as infecções respiratórias sejam mais frequentes”, afirmou, lembrando que a mutação de alguns vírus faz com que as pessoas possam ser infectadas praticamente todos os anos (como o da gripe) e que este ano, por causa, do uso de máscaras, a gripe quase não teve expressão no que seria o seu pico habitual de incidência.

A realização das análises aos participantes no estudo esteve a cargo do Centro de Medicina participacão Laboratorial Germano de Sousa, mais um dos parceiros deste trabalho.

Os restantes paticipantes são a Fundação Vox Populi, a Fundação Manuel Viegas Guerreiro, a Fundação The Claude and Sofia Marion Foundation Helena Canhão salientou que a vantagem deste trabalho, comparando com outros já realizados, é que não se limita a dar uma fotografia de um doente num determinado momento, mas fazer o filme da sua evolução.

Foi lançado o livro "Da Raia Seca ao Pinhal", coordenado pelo Dr. Álvaro Carvalho

Trata-se duma colectânea de textos de várias pessoas, de várias idades e de diversos sectores profissionais. O livro teve o apoio de várias das Câmaras Municipais que têm trabalhado com a Fundação, e é uma forma de chamar a atenção para o esforço dos vários autarcas que lutam estoicamente contra a desertificação do Interior. Pretende igualmente dar a conhecer a grande riqueza natural e histórica das Beiras, o dinamismo, a bondade e a bonomia das suas gentes.

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Mais 6 doentes de Penamacor operados às cataratas

No passado dia 23 de Setembro, foram realizadas 6 cirurgias de catarata a doentes de Penamacor, dando assim continuidade à parceria estabelecida entre a FAC e a Câmara Municipal de Penamacor. Os doentes regressaram a casa, perfeitamente restabelecidos e satisfeitos com os resultados da cirurgia, que lhes permitirá retomar muitas actividades que já não conseguiam exercer completamente.

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FAC realiza estudo para conhecer a resposta imunitária da população ao novo coronavírus

As Fundações “Vox Populi”,“Manuel Viegas Guerreiro” e “Álvaro Carvalho” resolveram criar um “Grupo de Trabalho” (GT) destinado a realizar estudos para tentar conhecer aspetos da resposta imunitária da população ao coronavírus.

O trabalho destina-se a obter elementos relevantes sobre a resposta imunitária a esta infeção, que possam servir às autoridades de saúde para melhor lidarem com a pandemia. Os resultados obtidos serão entregues à Ordem dos Médicos, que os fará chegar à Direcção Geral de Saúde.

   O projeto abrange: Estudo de prevalência na população portuguesa, para cuja concretização foi escolhido o concelho de Vila Nova de Gaia, que retrata bem o país.

 Além disso, depois do de Lisboa é o concelho que tem mais habitantes e foi uma zona com grande incidência de casos. Serão testados entre 2500 a 3000 indivíduos, com idades compreendidas entre os 18 e os 75 anos; Painel de vigilância serológica regular de pessoas que estiveram doentes, para verificar se ficam com algum grau de imunidade, maior ou menor. Prevê-se que entrem neste estudo cerca de 600 pessoas, que serão avaliadas durante um ano. Algumas delas são utentes ou funcionárias de Lares da Terceira Idade; Testes a profissionais de saúde numa amostra entre 1500 a 2000, para perceber se a incidência da infeção é maior entre eles do que na população em geral.

  O financiamento destes ambiciosos estudos será suportado pelas citadas Fundações e pela Fundação Claude and Sofia Marion. Terão o apoio operacional do Centro de Medicina Germano de Sousa, que efetuará os testes sem qualquer intuito lucrativo e a participação “pro bono” do infeciologista Francisco Antunes, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, da Medical School da Universidade Nova de Lisboa, de que é director o Professor catedrático Jaime da Cunha Branco e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, dirigido pelo epidemiologista e Professor catedrático José Henrique Pinto de Barros.

  Os voluntários que participam nos projectos não suportam quaisquer despesas.